A Estrada de Ferro de Maricá também faz parte da história da cidade. Seu primeiro trecho, em 1888, ligava as estações de Alcântara e Rio do Ouro. Entre 1911 e 1940, a ferrovia viveu seu auge, e o trecho foi ampliado até Cabo Frio, onde registrava um grande volume de cargas da produção local. Com o declínio da atividade agrícola, os trechos foram sendo desativados até o encerramento definitivo, em 1966.
A história de Maricá também é rica em personagens ilustres e nomes de representatividade, como o do padre José de Anchieta, responsável, em 1584, pela a “pesca milagrosa” na Lagoa de Araçatiba (no episódio, ele dizia antecipadamente aos índios os peixes que conseguiriam fisgar, e a pescaria foi tão proveitosa que não havia homens suficientes para recolher tudo). Em 1868, a Princesa Isabel e o Conde D´Eu hospedaram-se na sede da Fazenda do Pilar (Ubatiba).
Já o naturalista britânico Charles Darwin incluiu Itaipuaçu em seu roteiro de pesquisas sobre fauna e flora da Mata Atlântica, em 1832. Os estudos resultaram em observações escritas no livro “A Origem das Espécies”, que tornou o cientista famoso no mundo todo. O circuito de trilhas por onde andou ficou conhecido como “Caminhos de Darwin” e é hoje uma atração turística de Maricá.
Figuras de destaque da cultura brasileira também tiveram ligação estreita com a cidade e a escolheram para fixar residência ou ter casa de veraneio. São, por exemplo, os casos das cantoras Maysa e Beth Carvalho, do antropólogo Darcy Ribeiro e do jornalista João Saldanha.
Como forma de preservar a memória dessas relações de afeto, a Prefeitura vem adquirindo os imóveis que pertenceram a eles em vida para transformá-los em museus e espaços culturais. São todos bem próximos, na extensão das belas praias do Cordeirinho e de Barra de Maricá. O projeto recebeu o nome de Circuito Cultural Caminho das Artes.
Autora: Renata Gama