Três tipos de cogumelos comestíveis foram inseridos recentemente na produção da Farmácia Viva de Maricá, na Fazenda Nossa Senhora do Amparo, no Caju: o Pleurotus ostreatus (Shimeji branco), o Pleurotus djamor (Hiratake salmão) e o Lentinula edodes (Shiitake). A novidade faz parte da ampliação das pesquisas do projeto Farmacopeia Mari’ká, da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
A produção inicial desses cogumelos está servindo para o desenvolvimento de produtos funcionais, como tinturas e cápsulas para saúde, alimentos processados e inovação em cosméticos.
Segundo o coordenador do projeto, João Araújo, a ideia é trazer produtos inovadores para a cidade.
“São diversas espécies de cogumelos que servirão para alimentação, mas também com uso voltado para a saúde humana. Vamos replicar com os agricultores a produção dessas espécies de cogumelos que poderão ser utilizados, por exemplo, em cápsulas e ter funcionalidade na saúde do cidadão de Maricá”, destacou.
O professor e engenheiro agrônomo da UFRRJ ainda lembrou que o objetivo é trazer possibilidade de produção de produtos com valor agregado, porque os cogumelos são cultivados em áreas pequenas.
“Os agricultores daqui basicamente possuem lotes de terrenos pequenos, então eles comportam muito bem esse sistema de produção de cogumelos, que vai gerar renda para eles, desenvolvendo a cidade socialmente e economicamente”, completou.
Produção em experimento
O professor João Araújo lembrou que a inclusão dos cogumelos na produção está em fase inicial de experimento, com o intuito de desenvolver produtos com potencialidades terapêuticas e gastronômicas.
“Por exemplo, o shiitake tem sido citado para a redução de gordura corporal e também para reduzir os níveis de colesterol. Nessa direção, o shiitake está sendo testado na produção experimental do extrato hidroalcoólico, para fazer tinturas e dispensação em práticas integrativas por equipes de saúde”, disse.
Cultivo rápido
Os cogumelos Pleurotus ostreatus (Shimeji branco) e Pleurotus djamor (Hiratake salmão) são cultivados em compostos à base de brachiaria e bagaço de cana-de-açúcar. Já o cogumelo Lentinula edodes (Shiitake) é cultivado em substratos à base de serragem suplementada com farelo de arroz. Ao total foram 60 unidades, sendo 20 de cada espécie.
Em uma estufa úmida e com pouca luz, os três tipos de cogumelos brotam e crescem com facilidade, principalmente o Shimeji branco e o Hiratake salmão. São cultivados através de substratos específicos e estimulados com reidratação e controle de temperatura.
“Como esses substratos já possuem todos os nutrientes necessários para a produção de cogumelo, o que a gente faz é somente colher. Colhemos todos os dias porque o crescimento é muito rápido”, lembra o professor e engenheiro agrônomo da UFRRJ.