Completando um ano nesse mês de julho, o projeto Horta em Casa, que está presente nos quatro distritos do município: Inoã, Itaipuaçu, Ponta Negra, iniciou, na terça-feira (18/7), a entrega de placas de certificação que identificam a participação dos agricultores cadastrados. O projeto, que fomenta a produção de alimentos saudáveis e livres de veneno nas residências fornecendo assistência técnica especializada para o desenvolvimento da agricultura urbana, é uma iniciativa da Prefeitura de Maricá e uma realização do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), em parceria com a Cooperativa de Trabalho em Assessoria a Empresas Sociais em Assentamentos de Reforma Agrária (Cooperar).
O presidente do ICTIM, Carlos Senna, destaca que a iniciativa tem contribuído para o processo de fortalecimento da agricultura familiar.
“Serão 250 agricultores certificados no projeto Horta em Casa, 100 já neste primeiro momento. A certificação reforça a importância da agricultura familiar e urbana como uma alternativa viável e sustentável para a produção de alimentos na cidade, incentivando o uso eficiente dos espaços urbanos e a redução de impactos ambientais”, ressaltou Senna.
Diretor de Inovação e Científica do ICTIM, Cláudio Gimenez, explicou que o Horta em Casa já alcançou mais da metade dos cadastros programados no projeto.
“Já são 600 cadastros abertos, mas o trabalho é mapear 1.000 famílias. Destas, 250 serão selecionadas para estarem efetivamente implantando o projeto. Desejamos que este produtor tenha maior interesse pela agricultura e comece a plantar, a trabalhar com novas culturas”, destacou Gimenez.
Durante as visitas dos técnicos agroecológicos, os participantes aprendem sobre métodos orgânicos de cultivo, manejo de solo, uso eficiente de recursos naturais, controle de pragas e doenças, técnicas, multiplicadores de produção e demais especificidades que exigem o local do plantio, para uma colheita que poderá ser utilizada para uso próprio, familiar e coletivo.
A primeira a receber a certificação foi Juciara Gomes, de 49 anos. Moradora do bairro Bambuí, a cabeleireira começou a apostar mais na sua horta à época da pandemia.
“Estava ansiosa para receber a minha placa, porque a minha ideia é que mais pessoas vejam a iniciativa e possam procurá-la para plantar. Sempre tive horta e com a pandemia, expandi. Um dia me convidaram para participar de um encontro de troca de mudas e sementes e, lá, conheci o Horta em Casa. Na época, o solo aqui tinha muito bicho, e eu não sabia mais o que fazer para resolver, eles me ajudaram muito”, conta Juciara, que no momento cultiva para uso próprio, mas mantém a prática de rede de trocas com seus vizinhos.
Outra pequena produtora a ser certificada foi Maria Emília Silva das Neves, que trouxe questões aos técnicos agroecológicos. Aos 77 anos, ela sofre com dores nas articulações dos joelhos, o que a faz ter dificuldade para se agachar. Vendo as suas necessidades, o Horta em Casa trouxe soluções ergonômicas, como a horta suspensa, para ajudá-la.
“Desde que me aposentei, há cinco anos, eu vim tentando plantar, mas nada dava certo. Quando eu conheci o projeto, fiquei encantada, e logo me inscrevi. Agora vai dar certo, até uma abóbora eu já colhi. O consultor deu a ideia de fazer a horta suspensa, o que me deu muitas ideias, porque eu gosto muito de plantar. Quero trabalhar com plantas comestíveis em vasinhos, criando pequenas hortinhas, aprender para poder até ensinar”, contou a residente no bairro do Caxito.
Certificado pelo Horta em Casa, o restaurante Aconchego Jacaroá e seus clientes já estão experimentando os benefícios da assistência prestada pelo Horta em Casa.
“Há um mês que o projeto nos atende, conhecemos pela internet, e já colhemos, já colocamos no prato do cliente. Está sendo maravilhoso, eles sempre perguntam e eu explico que fizemos o nosso alimento, dos nossos amigos e para os nossos clientes; logo eles já querem saber como ter uma Horta em Casa”, contou a sócia proprietária do restaurante, Cilene Pires, de 52 anos.