Prefeitura apresenta grupo de trabalho do programa de erradicação do analfabetismo

A equipe formada por 180 educadores e 28 coordenadores se prepara para fazer busca ativa das pessoas

segunda-feira, 24 outubro 2022

Foto: Anselmo Mourão

A Prefeitura de Maricá apresentou na quinta-feira (20/10) o grupo de trabalho do programa “Sim, Eu Posso” que irá fazer a busca ativa de pessoas em situação de analfabetismo na cidade. A equipe, formada por 180 educadores e 28 coordenadores, se prepara para a jornada de alfabetização. A iniciativa é realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM) com a Secretaria de Economia Solidária.

O “Sim, Eu Posso!”, um método de alfabetização criado pelo Instituto de Pesquisa Latino-americano e Caribenho IPLAC, contempla as condições de vida das pessoas para alcançar o objetivo, que é erradicar o analfabetismo. Reconhecido internacionalmente, o método já alfabetizou quase 11 milhões de pessoas em mais de 30 países. No Brasil, mais de 100 mil pessoas têm sido alfabetizadas com este método, de acordo com acompanhamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O vice-prefeito Diego Zeidan ressaltou que o projeto tem o objetivo de zerar o analfabetismo em Maricá. “Isso é uma ação extraordinária que vai virar cotidiano na vida das pessoas. Educar é revolucionário e o projeto significa dignidade para o povo”, afirmou Diego.

As aulas acontecerão no território de diferentes formas, podendo ser numa casa, numa garagem, desde que seja possível adaptar o local. Para isso, terá como atrativo o uso de recursos visuais em formato de telenovelas. Os encontros terão duas horas diárias durante cinco dias na semana. O local de ensino tem que ser pensado para evitar que a pessoa faça grandes deslocamentos. Por isso, as aulas acontecem no mesmo território onde moram, para que consiga chegar com tranquilidade.

“Vocês representam um movimento nesta cidade para combater o problema brasileiro que é o analfabetismo. Não só daquelas pessoas que não sabem ler e escrever, mas daquelas pessoas que não sabem entender o que escrevem”, disse o diretor-presidente do ICTIM, Celso Pansera, na apresentação da equipe de trabalho.

A revolução das letras em Maricá

A coordenadora da Jornada de Alfabetização e integrante do MST, Maria Gomes, disse que as turmas serão organizadas a partir da demanda encontrada na cidade. De acordo com a Pesquisa Nacional de Domicílios Contínua (PNAD, 2019), 6,6% das pessoas com 15 anos ou mais se encontravam em condição de analfabetismo. Ou seja, 11 milhões de analfabetos no país, sendo 21,7% (2,4 milhões) pertencentes à região Sudeste.

“O analfabetismo é a expressão dessa sociedade que não permitiu que esse sujeito pudesse ter frequentado a escola. Ele precisa superar, entender e ter a coragem para poder se assumir, para poder vir e permanecer até concluir o processo de poder escrever o seu texto”, afirmou Rubneuza Leandro, do Coletivo de Educação do MST.

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