Desta vez, não deu para o Maricá Futebol Clube, que perdeu para o Flamengo no Maracanã por 5×0 na partida de sábado (22). Mas teve um gol de placa, sim. De honra. Ficou por conta da Secretaria de Assistência Social e Cidadania levando dez usuários das casas de acolhimento do município para assistir ao jogo, dentro de uma filosofia de fortalecer a autoestima e a cidadania.
A coordenadora de Alta Complexidade da Subsecretaria de Gestão do SUAS, Rebeca Azevedo, disse se tratar de um “sonho antigo de todos” e ter sido muito gratificante acompanhar os acolhidos lá com mais quatro servidores. “Porque não é só um passeio, mas garantir o acesso deles à cidade, ou seja, é a democratização dos espaços, ampliando horizontes e possibilitando de se reconhecerem como indivíduos plenos de direito”, concluiu.
Vanderson Alencar, por exemplo, não conseguia esconder a alegria de estar pela segunda vez no estádio: “Estive aqui em 1997 para o Flamengo e Vasco e, hoje, com o novo Maracanã, eu tô aqui de novo vendo o meu time vencer. Mengo!” Soltou o grito. Já Carlos Rebello não conteve a zoação de torcedor: “Eu tô muito feliz, alegre! Ainda mais com a vitória do Flamengo, né? Infelizmente, em cima do Maricá, time de nossa cidade, mas… fazer o quê, o campeão voltou!”
A Prefeitura de Maricá possui três abrigos – um de pernoite e dois 24h: Araçatiba, Itaipuaçu e Mumbuca respectivamente. O Marcelo Araújo foi um dos cinco acolhidos da Mumbuca a fazer parte do passeio (os outros cinco, de Itaipuaçu). De espectro autista e só no mundo – todos de sua família morreram – Marcelo disse que jamais vai se esquecer da emoção sentida ao subir, pela primeira vez, a rampa do Maracanã: “quero ir de novo”, pediu.
