O auditório do Banco Mumbuca ficou lotado com a roda de conversa que marcou o Dia Nacional da Visibilidade Trans, na tarde dessa quarta-feira (29) e deu a dimensão do quanto a pauta LGBTQIA+ demanda olhar atento da sociedade. O evento foi repleto de depoimentos emocionados e trocas de experiências entre o público e os nomes que compuseram a mesa de debates. E a equipe da Secretaria de Assistência Social e Cidadania, organizadora do encontro, demonstrou sensibilidade pela lista de convidados.
Miyako, por exemplo, homem trans que, ao final de sua fala, cantou para todos uma música composta por ele aos 12 anos de idade, quando chegou a pensar em tirar a própria vida: “Cansei de ser assim, chega de me camuflar. Engano todos com esse casulo, mas meu coração não consigo enganar”, comovendo a plateia.
Silvana, da organização Mães pela Diversidade, esteve com seus dois filhos trans de 17 anos, Loretta Young, Bárbara Piergrossi, presidente da Associação de Famílias Inclusivas de Maricá (Afim) e diretora do curta-metragem “Diversidade Transvisíveis”, exibido no evento. Também estiveram presentes Liz Perez, e Angelika Rawaxi, que não só compôs a mesa, como ainda fez uma bonita performance, dublando “Dilema”, de Fafá de Belém.
No âmbito artístico, trouxeram ainda Lorena, que dublou um texto da Bixarte, seguido da música “Toda Forma de Amor”, de Lulu Santos. O evento foi uma mistura de narrativas sobre as dificuldades e os desafios enfrentados por pessoas trans e seus familiares com instantes de beleza e descontração.
“É muito curioso como as histórias das pessoas trans não são iguais, mas sempre se atravessam em momentos cruciais, como infância, família…”, disse Liz Perez. E que uma entidade como a Afim busca representar, quando intenciona “trazer visibilidade a toda população LGBTI+”, afirmou Piergrossi, e a pasta da Assistência e Cidadania se dispõe a ouvir e atender em suas especificidades.
